segunda-feira, 12 de abril de 2010

O tempo do relógio e o tempo da natureza

A vida no sertão segue os ciclos do tempo natural: a hora de dormir, acordar, seguir cavalgando, tocar a boiada, plantar, colher, nadar, brigar, amar.
A Revolução industrial inventou o tempo. A primeira das máquinas criadas foi aquela destinada a marcar o tempo. O tempo rítmico das máquinas precisou ser acompanhado pelos operários, agora coisificados. O feitor dos homens que operam as máquinas é o relógio.
O tempo de entrar na fábrica, de almoçar, de sair, de acordar, de pegar o trem. Tempo de tudo.
Quem vive na cidade é manipulado pelo tempo. O relógio está no pulso, no celular, no rádio, em todo lugar. Para onde se olhar lá estarão os ponteiros do tempo digitalizado.

Você já experimentou pegar uma motocicleta, aprontar uma mochila, escolher uma direção e saír? Bem, o melhor da viagem de motocicleta é justamente esquecer o relógio. Nem sequer ponteiro de combustível para dizer quando parar, apenas o bom senso e a própria vontade.

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