sábado, 17 de abril de 2010

Jagunços e pistoleiros

Existem alguns paralelos interessantes que podem ser construídos entre a ocupação do oeste dos EUA e a do oeste brasileiro.

A ocupação dos EUA também começou pelo litoral do Atlântico e se expandiu em direção as áreas planas do interior. Em ambos os casos surgiram espaços onde o poder do Estado não se fazia presente. Tanto nos EUA quanto aqui o far west e o sertão correspondem a fase de incorporação do território em que o publico e o privado se confundiram , mais ou menos na mesma época, fim do século XIX e início do século XX.

No faroeste americano os proprietários particulares se armaram para garantir a posse de suas terras, surgiu a figura mítica do xerife responsável pela aplicação da lei nos núcleos de povoamento que surgiam isolados. No Sertão brasileiro é emblemática a figura do jagunço contratado pelos grandes proprietários para o exercício do poder pessoal. O jagunço, como os personagens do far west, eram homens definidos pela força e pela valentia fundamentais ao ambiente inóspito tanto pela natureza quanto pela ausência da lei.

No Brasil, como os jagunços existem os cangaceiros. Os últimos diferem dos primeiros por não estarem a soldo de grande proprietário algum, a exemplo de Lampião. Eram grupos errantes que adotaram o estilo de vida livre próprio do jagunço e agiam de forma peculiar, por vezes invadindo cidades e, quase sempre, desafiando a autoridade.

Nos Estados Unidos o fim do far west decorreu da expansão das ferrovias transcontinentais e da conseqüente incorporação produtiva do espaço. Aqui é mais recente, e o golpe final foi dado pelas rodovias.

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