domingo, 18 de abril de 2010

Capim de Ribanceira

Capim de Ribanceira
Almir Sater


É madrugada e eu na beira da estrada
A lua cheia e minguada e de repente
Apareceu um cavaleiro de bota e chapéu de couro,
Me lembrando o velho mouro
E lá fiquemos ele e mais eu,
Cruzou os pés, apiou do seu cavalo,
Deixou a rédia num talo de uma roseira sem flor
Diz que seguia pelo mundo solitário e
Quebrava todo galho apartando a dor

Quem não ouviu falar,
Quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pelas fronteiras
Divulgando a reza brava do
Capim de ribanceira

Enquanto o bule de café bulia
A brasa da fogueira refletia o seu olhar
Eu pude ver que ele sabia coisa até do outro mundo e
Essa noite eu fui aluno do seu estranho poder
Com sete pontas de uma rama trepadeira e uma
Arruda e a piteira
O meu corpo ele tocou
Naquele instante me bateu uma zonzeira e
Duma tosse cuspideira o velhinho me livrou

E quem não ouviu falar
Quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do
Capim de ribanceira


Desde que descobri Don Juan de Carlos castaneda eu quis conhecer alguém assim. Não o encontrei. Se passei por ele, não o reconheci. Quase esqueci o que desejava.

Um comentário:

  1. Olá amigo Paulo ,bom dia!
    Obrigado pela visita,volte sempre...
    Voce tem razão,lapidar uma pedra bruta é como descortinar a beleza interior.
    Um abraço.
    Carlos.

    ResponderExcluir